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O fim do diploma, mas não dos cursos de jornalismo

Pub.Franca-SP-SP

A discussão em torno da obrigatoriedade do diploma em jornalismo é questionada há tempos. Em todo bate-boca prós e contras se dividem. Desta feita, a maioria esmagadora venceu. Por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal (STF) fez cair por terra a exigência de diploma para exercício da profissão. Isso não quer dizer que o grupo que forma a minoria não seja grande. Paradoxo. Mas tem muita gente fora do STF - na esfera civil, profissional e acadêmica - que está cuspindo marimbondo com a decisão. Não importa qual a tese de defesa, se por corporativismo, por ideais ou por Maria vai com as outras.

Curso de jornalismo não é apenas para aprender linguagens e adaptações de textos para os diferentes ou no ensino de como usar uma máquina fotográfica ou câmera de vídeo. Apesar da ansiedade dos alunos, curso de jornalismo não forma (não deveria) apresentadores do Jornal Nacional. É importante atentar-se também nas propostas da Federação Nacional dos Jornalistas, estas abrangem questões como assessoria de imprensa, atendimento à comunicação (rede) pública, jornalismo comunitário e terceiro setor, jornalismo de imagem, direito autoral, questões raciais e de gênero, demandas locais e sobre a América Latina.

No grupo dos que discutem novas propostas curriculares para o curso estão os que defendem a inserção de disciplinas focadas na formação ética, preparando profissionais críticos e conscientes dos problemas sociais do País. Estes pedem também que seja ampliada a "formação humanística" dos futuros jornalistas. Mas isto muitos cursos já possuem. Faz-se necessário estreitar a relação destas disciplinas com o cotidiano dinâmico e mutacional da área. Se pensarmos então que na internet novos espaços digitais surgem com frequência - Orkut, blogs, Twitter -, a obrigação de outras disciplinas é ampliada.

Sim, há cursos em que o professor torce o nariz quando o aluno quer realizar algum trabalho ou pesquisa valendo-se de "mídias digitais" como tema. Por quê? Porque estes mestres estão despreparados e/ou não reconhecem essas ferramentas como trabalho de marketing ou de jornalismo. Mas esta é a realidade do mercado. Pasmem! Mas alguns destes acadêmicos sequer sabem o que é o Twitter.

Nunca pendurei meu diploma de jornalista em parede alguma. Preciso é procurar em que raios de gaveta o papel está. No futuro, ele pode ser objeto raro de peça de museu. Mas independentemente dessa validade, acho justo freqüentar um bom curso. No mais, assim como faculdades de publicidade e propaganda - o diploma na área também não é obrigatório - continuam firmes, cursos de jornalismos não serão fechados. E, apesar da decisão do STF, eu ainda acredito na formação universitária como item agregador à profissão, visto que, apesar das mudanças necessárias e que devem ser feitas na grade, tem muita disciplina interessante que agrega conhecimento e estimula à pesquisa. Então, atenção faculdades: atente-se à grade curricular, à interdisciplinaridade e à pesquisa científica, sem, no entanto, deixar de compreender a dinâmica da profissão fora do campus universitário.

Ok! Muitos jornalistas (por direito) - Rui Barbosa (Direito), Assis Chateaubriant (Direito), Arnaldo Jabor (Direito), Boris Casoy (Direito) -, reforçam o grito dos que são contra a obrigatoriedade do diploma no exercício da profissão. Mas esses caras possuiam e possuem, além da graduação citada nos parentes, formação cultural e intelectual privilegiada - e ralaram muito nas redações -, o que os diferencia da situação de muitos dos aspirantes a jornalista da atualidade. Então, no caso destes candidatos a uma vaga no mercado, a faculdade é o caminho para reparar a falta da base essencial.

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